segunda-feira, 28 de junho de 2010

Uma preocupação comum entre as mães: Como ficará meu corpo após o parto?

Cicatriz na Cesariana
Ao lado de toda a expectativa que cerca o nascimento de um bebê, há sempre na mente das mulheres, o pensamento de como ficará seu corpo após o parto e uma das preocupações é a cicatriz da cesariana, quer esta cirurgia esteja ou não planejada previamente.
Muitas destas mamães nunca antes se submeteram a nenhuma intervenção cirúrgica e a maneira com que seu organismo irá reagir pode parecer uma incógnita.
Mas a maioria das chances é que a cicatriz fique ótima, especialmente após 12 meses do parto, pois hoje em dia os médicos têm como uma de suas prioridades, o resultado estético da cirurgia.
Claro que a cesariana marcada com calma e antecedência, com o anestesista já a postos e toda a equipe de prontidão, tem ainda mais probabilidade de se desenrolar perfeitamente, com o cirurgião desenhando calmamente a incisão bem baixa, à prova de qualquer biquíni, pois nesta circunstância, não haveria necessidade de retirar o bebê apressadamente, e a estética ficaria naturalmente em segundo plano. Mas mesmo em circunstâncias de cirurgia não eletiva, após algumas horas de trabalho de parto ou com o bebê prestes a vir ao mundo, um cirurgião experiente poderá fazer um belo trabalho, considerando a vulnerabilidade feminina quando o assunto é beleza.
Os pontos feitos com fio fino e delicado, na maior parte dos casos, passam por dentro da pele, o que chamamos sutura intradérmica. Para retirá-los cerca de uma semana ou 15 dias depois, o obstetra apenas puxará uma das pontas.
Algumas cicatrizes, poderão momentaneamente parecer consistentes e altas, como um cordão, mas com o uso de adesivos ou cremes de corticóides acrescidos de outras substancias como rosa mosqueta, pantenol e alantoina, ou, muitas vezes, mesmo sem nenhuma providência, elas voltam ao normal em cerca de um ano.
Algumas mulheres são propensas às cicatrizes alargadas, duras, altas, um tanto exageradas em espessura e consistência, e isso não é culpa do obstetra, mas depende de fatores individuais e constitucionais . São os chamados Quelóides , uma maneira do organismo de supervalorizar o fechamento da ferida cirúrgica, produzindo excesso de fibras colágena e elásticas . Nestes casos, tentam-se primeiramente pomadas ou cremes à base de corticóides. Se não houver melhora, faz-se infiltração delicada com agulhas finíssimas de um coquetel de substancias que fazem com que a cicatriz volte ao normal, mesmo que já haja decorrido muito tempo.
Também pode ocorrer alguma infecção num ponto localizado da cicatriz, com formação de abscesso, necessidade de manutenção de dreno por alguns dias e aí podemos nos deparar com cicatriz mais larga e inesperada, mas que também podem ser igualmente tratadas com sucesso.
Recursos que antigamente eram usados, tais como betaterapia (um tipo de radioterapia) ou retoque da cirurgia, com plástica na região, já não são necessários, pois os medicamentos usados localmente são eficientes e não demandam quase nenhum sacrifício.
Recomenda-se que não só enquanto a cicatriz estiver com os pontos, mas especialmente 30 dias após a retirada dos mesmos, mantenha-se uma tira de micropore no local, em toda a extensão do corte, para diminuir a tensão que porventura possa existir na região e com isso provocar a cicatrização exagerada, que chamamos de hipertrófica, que pode resultar em quelóide.
Proteger a pele do sol, ao frequentar praias ou piscinas, com filtro solar de pelo menos FPS 15 é fortemente recomendado, não só nas moças claras, mas especialmente nas morenas, mulatas e orientais, que podem desenvolver pigmentação escura na cicatriz se esta for exposta precocemente ao sol.
Passados 6 meses ou 1 ano, aquela linha que permanece, pode ser atenuada com cremes de ácido retinóico suaves, que descamando levemente, apagam em parte a marca do corte.
Quando há um afundamento da pele na região, demarcando uma “barriguinha” pra cima da incisão, há modernos recursos como as injeções de ácido hialuronico (Surgiderm, Juvederm, Restylane) que homogeneízam o relevo e ainda estimulam a produção de colágeno na pele profunda. Introduzindo a agulha sob a cicatriz, os dermatologistas “quebram” a fibrose que repuxa a pele da área.
Novas terapias à base de luzes e lasers também tem se mostrado úteis na complementação do tratamento, mais raramente, quando ainda sobra uma linha que incomoda, ou se visualizam vasos avermelhados no fundo da cicatriz , persistentes, O Starlux, equipamento de última geração que alia radiações luminosas pulsadas e ablativas tem sido usado nestes casos
Assim, sem afligir-se com resultados estéticos indesejáveis, a mamãe pode se dedicar totalmente ao bebê!
Ligia Kogos - Dermatologista

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